Criptomoedas na América Latina: Crescimento, Tendências e Impactos no Mercado

A América Latina movimentou US$ 415 bilhões em criptomoedas entre 2023 e 2024. Entenda os fatores por trás desse crescimento, o papel do Drex e a ascensão dos investidores institucionais no setor cripto.

MUNDOECONOMIA

2/3/20253 min ler

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Criptomoedas na América Latina: Expansão e Impacto no Mercado Financeiro

Nos últimos anos, a América Latina tem se consolidado como uma das regiões mais dinâmicas no cenário das criptomoedas. Entre julho de 2023 e junho de 2024, o volume transacionado no continente atingiu US$ 415 bilhões, representando cerca de 9,1% do mercado global, segundo um estudo da Chainalysis. Esse crescimento tem sido impulsionado por fatores como a sofisticação do mercado, o avanço regulatório e a chegada de novas tecnologias financeiras, como o Drex, a moeda digital desenvolvida pelo Banco Central do Brasil.

O Brasil e a Argentina se destacam como líderes regionais, sendo responsáveis por grande parte desse volume. De acordo com um levantamento da Triple-A, estima-se que 26 milhões de brasileiros possuam algum tipo de criptoativo, colocando o país na sexta posição mundial em número de usuários. O crescimento no uso de stablecoins, por exemplo, quadruplicou desde 2020, demonstrando o interesse crescente dos investidores na estabilidade desses ativos digitais.

Adoção Institucional e Novos Players no Mercado

Um dos principais fatores que têm impulsionado o setor de criptomoedas na América Latina é a crescente integração dos ativos digitais nas carteiras de investidores institucionais. O lançamento de ETFs cripto no Brasil e nos Estados Unidos ajudou a aumentar a confiança no mercado, tornando esses ativos mais acessíveis e regulamentados.

Além disso, o Drex, iniciativa pioneira do Banco Central do Brasil, está ajudando a expandir o entendimento sobre a utilidade das moedas digitais. Com o avanço desse projeto, o mercado financeiro tradicional passa a explorar novas formas de digitalização e integração com o setor cripto.

Segundo especialistas, a juventude e o forte apetite por tecnologia da população latino-americana são fatores que favorecem essa expansão. "A sociedade latino-americana é jovem e ávida por tecnologia, o que contribui para que a região seja uma das que apresentam os maiores potenciais de crescimento no setor", afirma Guilherme Nazar, vice-presidente regional da Binance para a América Latina.

O Papel das Exchanges no Crescimento do Mercado Cripto

A acessibilidade das criptomoedas tem sido outro fator crucial para seu crescimento no Brasil e em outros países da América Latina. Plataformas que oferecem suporte para transações em moeda local, como PIX no Brasil, tornam o acesso aos ativos digitais mais simples para o público de varejo e também para investidores institucionais.

Nos últimos anos, a Binance, uma das maiores exchanges do mundo, observou um crescimento de 40% no número de investidores institucionais e corporativos em sua plataforma. Grandes fundos de investimentos, incluindo BlackRock e Fidelity, também intensificaram suas operações no setor cripto em 2024, consolidando ainda mais a presença institucional nesse mercado.

No Brasil, a Binance tem ampliado suas soluções voltadas para investidores institucionais e consultores financeiros. O Binance Wealth, por exemplo, foi lançado como uma plataforma para facilitar o gerenciamento de ativos digitais, oferecendo ferramentas avançadas para esse público.

Mercado Brasileiro e os Pares Locais de Criptomoedas

Para facilitar ainda mais a adoção das criptomoedas no Brasil, algumas exchanges têm apostado na negociação de pares locais, permitindo a compra direta de criptoativos com Real (BRL). Essa estratégia elimina a necessidade de conversões cambiais e reduz custos de transação, beneficiando tanto investidores iniciantes quanto experientes.

Atualmente, há 30 criptomoedas disponíveis para compra direta no Brasil, incluindo Bitcoin (BTC), Ethereum (ETH), Tether (USDT) e Solana (SOL). Além dessas, outras opções como XRP, Dogecoin (DOGE) e Polkadot (DOT) também fazem parte do portfólio disponível para negociações com moeda local.

A possibilidade de operar diretamente em Real torna o processo mais ágil e eficiente, permitindo depósitos e saques diretamente da conta bancária, sem a necessidade de conversões intermediárias.

Perspectivas para o Futuro do Mercado Cripto na América Latina

O mercado de criptomoedas na América Latina continua evoluindo, com expectativas de crescimento contínuo nos próximos anos. O avanço da regulação, a chegada de novos players institucionais e o desenvolvimento de tecnologias financeiras inovadoras indicam que o setor deve seguir sua trajetória de expansão.

O interesse crescente de grandes instituições financeiras, aliado à digitalização do setor bancário e ao aumento do conhecimento sobre os criptoativos, coloca a América Latina como uma das regiões mais promissoras para o futuro das criptomoedas. No Brasil, o Drex pode desempenhar um papel essencial nesse movimento, consolidando ainda mais o setor e ampliando as oportunidades para novos modelos de negócios baseados em ativos digitais.