Guerra comercial entre China e EUA atinge soja e favorece exportações do Brasil

Guerra comercial entre China e EUA atinge soja e favorece exportações do Brasil As tensões comerciais entre Estados Unidos e China voltaram a ganhar força nesta sexta-feira (4), após Pequim anunciar tarifas adicionais de 34% sobre produtos agrícolas norte-americanos, atingindo diretamente o mercado de soja. A medida deve fortalecer ainda mais o papel do Brasil como principal fornecedor da oleaginosa à China, segundo analistas.

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4/5/20252 min ler

a combine of grain being harvested in a field
a combine of grain being harvested in a field

Guerra comercial entre China e EUA atinge soja e favorece exportações do Brasil

As tensões comerciais entre Estados Unidos e China voltaram a ganhar força nesta sexta-feira (4), após Pequim anunciar tarifas adicionais de 34% sobre produtos agrícolas norte-americanos, atingindo diretamente o mercado de soja. A medida deve fortalecer ainda mais o papel do Brasil como principal fornecedor da oleaginosa à China, segundo analistas.

A retaliação chinesa ocorre em resposta às novas tarifas impostas pelos EUA no governo de Donald Trump, reacendendo a disputa iniciada em seu primeiro mandato. Agora, com o aumento das taxas sobre cerca de US$ 21 bilhões em produtos agrícolas, empresas e traders temem um colapso nas exportações americanas.

“Isso vai custar aos EUA muitos negócios. Estamos irritando todo mundo”, disse Jack Scoville, vice-presidente da Price Futures Group, em Chicago.

Soja dos EUA perde força, Brasil ganha espaço

Na Bolsa de Chicago (CBOT), o contrato de soja mais ativo despencou 3,4%, fechando a US$ 9,77 o bushel — o menor valor do ano. Traders asiáticos afirmam que, com um imposto de 34%, as importações de soja dos EUA se tornam inviáveis para o mercado chinês, que pode fechar quase totalmente as portas para os grãos norte-americanos.

Com isso, o Brasil se consolida como principal beneficiado, segundo Carlos Mera, chefe de pesquisa agrícola do Rabobank:

“O Brasil será de longe o maior fornecedor alternativo para a China. A Argentina e o Paraguai também podem se beneficiar. No trigo, a vantagem vai para Austrália e Argentina.”

Na quinta-feira, um dia após o anúncio das tarifas, os prêmios portuários da soja brasileira saltaram para até US$ 1 por bushel acima da referência de Chicago, indicando uma valorização expressiva do produto nacional.

Oferta brasileira pode crescer com impulso geopolítico

Analistas da HedgePoint Global Markets projetam que, apesar da sazonalidade e das safras recordes, os preços da soja na América do Sul tendem a se manter fortes ao longo de 2025.

Sol Arcidiacono, chefe de vendas da empresa para a América Latina, aponta que a geopolítica atual deve estimular uma nova expansão da área plantada, especialmente no Brasil, cuja produção vinha crescendo de forma mais moderada nos últimos anos.

China amplia restrições aos EUA

Além das tarifas sobre a soja, a China também suspendeu importações de outros produtos agrícolas norte-americanos, incluindo:

  • Farinha de carne e ossos de aves;

  • Produtos de empresas como American Proteins, Mountaire Farms e Darling Ingredients;

  • Parte das operações da C&D (USA) Inc., citando "problemas de segurança alimentar".

Essas restrições se somam à queda nas importações agrícolas dos EUA, que recuaram de US$ 42,8 bilhões em 2022 para US$ 29,25 bilhões em 2024, segundo dados oficiais chineses.

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