MRB alerta: ciclo de cortes de juros do Fed pode terminar em 2025

MRB alerta: ciclo de cortes de juros do Fed pode terminar em 2025

O Federal Reserve (Fed) iniciou nesta semana o aguardado ciclo de cortes na taxa de juros, animando investidores e aumentando as apostas em mais flexibilização monetária. No entanto, analistas da MRB Partners alertam que esse movimento pode ser bem mais curto do que o mercado espera — limitando-se a 2025.

Segundo a MRB, o banco central norte-americano provavelmente fará apenas mais um ou, no máximo, dois cortes adicionais neste ano, antes de pausar o processo. A avaliação contrasta com a visão dos mercados de títulos, que precificam até cinco cortes no total entre 2025 e 2026.

Mercado de trabalho e inflação travam espaço para cortes

Apesar da desaceleração no ritmo de contratações, a MRB destaca que o mercado de trabalho não está em colapso. A alta no desemprego em agosto foi atribuída não a demissões em massa, mas a fatores como a política de imigração mais restritiva, que reduziu a expansão da força de trabalho.

Esse cenário indica que o Fed pode cumprir seu mandato de pleno emprego mesmo com crescimento mais lento na geração de vagas.

Por outro lado, as pressões inflacionárias continuam resilientes, especialmente nos serviços, o que limita a margem para cortes mais agressivos. Tarifas e custos não relacionados a aluguel seguem puxando os preços para cima, reduzindo o espaço para uma política monetária mais dovish.

Projeções do Fed reforçam cautela

As projeções divulgadas pelo próprio Fed após o último corte dão suporte à visão da MRB:

• Desemprego: deve cair gradualmente de 4,5% (estimativa anterior) para 4,4% em 2026 e 4,3% em 2027.

• PIB: previsão de crescimento de 1,8% em 2026 e 1,9% em 2027, ligeiramente acima das estimativas anteriores.

Esse quadro sugere que a economia deve se manter estável, sem necessidade de estímulos prolongados.

Risco de decepção nos mercados

A MRB Partners adverte que os investidores podem estar superestimando a postura dovish do Fed. “À medida que a pressão inflacionária aumenta, a janela de oportunidade para novos cortes será menor do que o mercado acredita”, ressaltam os analistas.

Ou seja, o entusiasmo atual pode resultar em frustração caso o ciclo de flexibilização se encerre antes do previsto.

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