O Pai do Taekwondo Brasileiro: A História do Mestre Sang Min Cho e a Chegada da Arte Marcial Coreana ao Brasil

O Pai do Taekwondo Brasileiro: A História do Mestre Sang Min Cho e a Chegada da Arte Marcial Coreana ao Brasil O Legado de um Mestre que Mudou o Esporte Nacional Hoje o Taekwondo é uma das modalidades olímpicas mais praticadas do mundo, com mais de 70 milhões de atletas em mais de 200 países. No Brasil, são cerca de 500 mil praticantes ativos, e o sucesso da arte marcial por aqui tem um nome: Mestre Sang Min Cho, o homem que trouxe o Taekwondo para o país em 1970 e o consolidou como esporte oficial e disciplina formadora de gerações.

ARTES MARCIAIS

10/20/20253 min ler

O Pai do Taekwondo Brasileiro: A História do Mestre Sang Min Cho e a Chegada da Arte Marcial Coreana ao Brasil

O Legado de um Mestre que Mudou o Esporte Nacional

Hoje o Taekwondo é uma das modalidades olímpicas mais praticadas do mundo, com mais de 70 milhões de atletas em mais de 200 países. No Brasil, são cerca de 500 mil praticantes ativos, e o sucesso da arte marcial por aqui tem um nome: Mestre Sang Min Cho, o homem que trouxe o Taekwondo para o país em 1970 e o consolidou como esporte oficial e disciplina formadora de gerações.

As Origens de Sang Min Cho

Nascido em Haenam, na Coreia do Sul, Sang Min Cho começou a lutar Taekwondo aos 17 anos, quando a arte ainda era chamada de “karatê coreano”. Antes disso, treinava boxe — mas, como ele mesmo conta, “apanhava muito” e decidiu buscar uma luta que unisse técnica e filosofia.

Nos anos 1950, o general Choi Hong Hi reformulou o antigo karatê coreano, criando o Taekwondo moderno, com foco em disciplina, respeito e poder mental. O objetivo: transformar a luta em símbolo de identidade nacional sul-coreana.

A Missão: Levar o Taekwondo ao Mundo

Durante os anos 1960, o general Choi iniciou uma missão global para espalhar o Taekwondo. Mestres foram enviados à Ásia, Europa e América. E em junho de 1970, Sang Min Cho desembarcava no Brasil, encarregado oficialmente pela International Taekwondo Federation (ITF) de difundir a arte marcial no país do futebol.

O começo, porém, foi difícil. Ele chegou com apenas 100 dólares no bolso e sem falar português. Mas a persistência — e o espírito guerreiro do Taekwondo — fizeram com que superasse a barreira da língua e da cultura.

Logo abriu aulas na Academia Liberdade, no bairro japonês da Liberdade, em São Paulo — a primeira academia oficial de Taekwondo do Brasil, fundada em 8 de agosto de 1970.

A Difusão da Arte Marcial

Em poucos anos, outros mestres coreanos se juntaram à missão:

  • Woo Jae Lee no Rio de Janeiro, em 1972;

  • Sang In Kim, Kum Jun Kwon, Kwang Soo Shin e Yong Min Kim em São Paulo;

  • Jung Do Lim e Jung Roul Kim na Bahia, em 1968 e 1971.

O primeiro Campeonato Brasileiro de Taekwondo foi realizado em 1973, no Ginásio do Pacaembu, em São Paulo.
Um ano depois, em 1974, o Taekwondo foi oficialmente reconhecido como esporte pelo Conselho Nacional de Desportos, passo decisivo para sua inclusão futura no Comitê Olímpico Brasileiro (COB).

A Era das Rivalidades e o Reconhecimento

Nos anos 1970, o Taekwondo ainda era confundido com o karatê japonês. Muitos chamavam a nova arte de “karatê coreano”. Isso gerou rivalidades, mas também curiosidade. Há relatos de que o próprio Mestre Cho recebeu um desafio da família Gracie, do jiu-jitsu — e respondeu que, se fosse pra lutar, seria “até a morte”. O duelo nunca aconteceu, mas o respeito mútuo nasceu dali.

Consolidação e Crescimento no Brasil

Nos anos seguintes, o Taekwondo se espalhou rapidamente por todo o território nacional. Em 1987, foi criada a Associação Brasileira de Taekwondo (ABT), que depois se tornou a Confederação Brasileira de Taekwondo (CBTKD), hoje a entidade máxima da modalidade no país.

Sang Min Cho, além de professor, tornou-se presidente de uma organização internacional voltada à unificação das escolas de Taekwondo e ao retorno da arte às suas raízes filosóficas.

Curiosidades Pouco Conhecidas

💡 O termo “karatê coreano” aparece em revistas de artes marciais brasileiras da década de 1970, porque era mais fácil para o público entender o que era o Taekwondo.
💡 O primeiro exame de faixas no Nordeste foi feito em 26 de junho de 1971, em Recife.
💡 Mestre Cho foi reconhecido oficialmente como pioneiro do Taekwondo no Brasil pela International Taekwondo Federation.
💡 O livro “O Pai do Taekwondo Brasileiro”, escrito por Eduardo Infante, ex-aluno de Cho, eterniza suas histórias e lutas.
💡 O primeiro campeonato nacional teve ladrilhos e telhas quebrados com chutes voadores como parte das demonstrações.

O Pensamento do Mestre Cho

“Quando o Brasil investir em educação, o esporte crescerá em nível mundial.”
Essa frase resume a filosofia de Cho, que acredita que o verdadeiro poder do Taekwondo não está apenas na força física, mas na formação moral, ética e mental dos praticantes.

Hoje, aos 75 anos, ele continua ativo e acredita no potencial do atleta brasileiro — técnico, criativo e disciplinado — para se tornar uma das maiores potências mundiais.

Conclusão: Um Legado que Vai Além dos Tatames

Mais do que chutes e medalhas, o legado de Sang Min Cho é o da formação de caráter e união de culturas. O Taekwondo brasileiro é uma ponte entre a filosofia oriental e a paixão nacional pelo esporte — e essa história merece ser lembrada em cada academia, cada campeonato e cada faixa preta conquistada.

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