O Programa Nuclear Iraniano: Origem, Crises e o Estopim da Guerra
O Programa Nuclear Iraniano: Origem, Crises e o Estopim da Guerra O programa nuclear iraniano não nasceu como ameaça, mas como colaboração. Nos anos 1950, com apoio direto dos Estados Unidos, o Irã iniciou seu programa atômico dentro do projeto Átomos para a Paz. Durante décadas, inclusive com apoio de figuras como Donald Rumsfeld e Dick Cheney, o Irã buscava dominar a energia nuclear com fins pacíficos.
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6/26/20252 min ler
O Programa Nuclear Iraniano: Origem, Crises e o Estopim da Guerra
O programa nuclear iraniano não nasceu como ameaça, mas como colaboração. Nos anos 1950, com apoio direto dos Estados Unidos, o Irã iniciou seu programa atômico dentro do projeto Átomos para a Paz. Durante décadas, inclusive com apoio de figuras como Donald Rumsfeld e Dick Cheney, o Irã buscava dominar a energia nuclear com fins pacíficos.
Mas tudo mudou após a Revolução Islâmica de 1979, quando a monarquia pró-Ocidente deu lugar a uma teocracia islâmica. Desde então, o programa foi retomado com menos apoio ocidental, mas com mais ambições estratégicas. A Organização de Energia Atômica do Irã passou a liderar um projeto com diversos centros de pesquisa, minas de urânio, reatores e usinas de enriquecimento, como Natanz, Fordow e Isfahan.
Embora o Irã seja signatário do Tratado de Não Proliferação Nuclear (TNP), as denúncias da AIEA (Agência Internacional de Energia Atômica) se intensificaram ao longo da década de 2020. Em junho de 2025, a AIEA confirmou que o país estava violando suas obrigações. Foi o ponto final para Israel, que passou à ofensiva.
🕊️ Irã x Israel: De Alianças Secretas à Inimizade Explícita
Pouca gente lembra, mas de 1949 a 1979, Irã e Israel mantinham relações diplomáticas e até militares. O Xá do Irã via Israel como aliado contra o pan-arabismo. Tudo desmoronou após a Revolução Islâmica: o novo regime passou a pregar o fim do Estado de Israel, com declarações como “varrer Israel do mapa”.
Desde então, o que se viu foi um conflito indireto, por procuração, via Hamas, Hezbollah, Houthis e milícias xiitas no Iraque. Israel, por sua vez, realizou infiltrações pelo Mossad, ataques cirúrgicos na Síria, no Líbano e até mesmo ciberataques e assassinatos de cientistas nucleares no território iraniano.
O acordo nuclear de 2015 (JCPOA), que prometia frear o enriquecimento de urânio iraniano, foi abandonado por Trump em 2018, e as negociações para sua retomada fracassaram em 2025.
Com o colapso das conversas diplomáticas, Israel identificou um cenário perfeito: os proxies iranianos estavam fragilizados (Hamas e Hezbollah sofreram duras baixas em 2023 e 2024), e o apoio internacional ao Irã estava enfraquecido. Era hora do ataque.