Petróleo recua após máxima de sete semanas com investidores atentos ao Fed e oferta global

📉 O mercado de petróleo viveu uma quinta-feira de ajustes. Após atingir sua maior cotação em sete semanas, o Brent e o WTI recuaram diante de novos dados econômicos dos EUA e das expectativas em torno dos próximos passos do Federal Reserve (Fed) em relação às taxas de juros.

Queda moderada após forte alta

• Brent (LCO): recuou 0,36%, negociado a US$ 69,06 o barril.

• WTI (CL): caiu 0,51%, cotado a US$ 64,66.

Na véspera, os dois benchmarks haviam disparado 2,5%, sustentados pela queda inesperada nos estoques de petróleo dos EUA e pelas tensões geopolíticas envolvendo ataques da Ucrânia à infraestrutura de energia da Rússia.

Economia dos EUA pesa nas expectativas

O PIB norte-americano foi revisado para uma alta de 3,8% no último trimestre, resultado acima do esperado. Esse dado fortaleceu a percepção de que a economia dos EUA segue aquecida, o que pode levar o Fed a adotar uma postura mais cautelosa em cortes futuros de juros.

👉 Vale lembrar que o Fed realizou recentemente seu primeiro corte desde dezembro, reduzindo as taxas em 25 pontos-base e sinalizando novas reduções no horizonte.

Segundo analistas, números mais fortes que o previsto podem reduzir a pressa do banco central em avançar com cortes adicionais, impactando ativos de risco como o petróleo.

Oferta global: Iraque, Curdistão e Rússia em foco

Outro fator que pressionou as cotações foi a perspectiva de aumento da oferta:

• Iraque e Curdistão: oito empresas petrolíferas chegaram a um acordo com os governos federal e curdo, permitindo a retomada dos fluxos de petróleo nos próximos dias.

• Rússia: em contrapartida, o vice-primeiro-ministro Alexander Novak anunciou uma proibição parcial das exportações de diesel até o final do ano, além da prorrogação da proibição das exportações de gasolina. A medida surge após ataques de drones ucranianos a refinarias russas.

Curiosidades sobre o mercado de petróleo

• O Brent, referência internacional, é produzido no Mar do Norte e serve como base para precificação de cerca de dois terços do petróleo mundial.

• O WTI, referência dos EUA, costuma ser mais barato que o Brent devido à sua maior oferta local e custos logísticos.

• O petróleo é um dos ativos mais sensíveis a geopolítica e políticas monetárias: oscilações em guerras, sanções e até reuniões do Fed podem gerar variações expressivas em poucas horas.

• Em 2020, durante a pandemia, o WTI chegou a ser negociado a preços negativos pela primeira vez na história, reflexo do colapso da demanda e da falta de espaço para armazenar o produto.

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