Shein e Shopee: O impacto da 'taxa das blusinhas' nas vendas das lojas estrangeiras no Brasil
Neste mês de fevereiro, completam-se seis meses desde que entrou em vigor a taxação de 20% para compras internacionais de até US$ 50 em plataformas como Shein, Shopee e AliExpress. Popularmente chamada de "taxa das blusinhas", a medida visa equilibrar a competição entre o varejo nacional e as plataformas estrangeiras. Mas quais foram os principais efeitos dessa mudança?
ECONOMIABRASIL
2/7/20252 min ler
Redução das Compras Internacionais
A Receita Federal revelou que, em 2024, entraram no Brasil 187 milhões de remessas internacionais, representando uma queda de 11% em relação a 2023. A redução foi ainda mais acentuada nas compras de até US$ 50, que caíram mais de 40% no primeiro mês da taxação e seguiram cerca de 30% abaixo da média nos meses seguintes.
Antes da nova regra, os produtos importados eram até 50% mais baratos que os nacionais, mas essa margem caiu para algo entre 15% e 30%. Isso tem levado consumidores a repensar suas compras em marketplaces internacionais.
Crescimento das Varejistas Tradicionais
Com a queda das compras internacionais, grandes varejistas como Renner, Riachuelo e C&A ganharam mercado. No terceiro trimestre de 2024, enquanto o setor de vestuário cresceu 6%, Riachuelo registrou aumento de 11%, Renner de 12% e C&A de 19%.
Embora a "taxa das blusinhas" tenha favorecido o varejo local, especialistas apontam que fatores como queda do desemprego e aumento da renda também impulsionaram o consumo de moda no Brasil.
Nacionalização das Plataformas Internacionais
Para mitigar os impactos da tributação, marketplaces estrangeiros vêm investindo na nacionalização de seus produtos. A Shein, por exemplo, afirma que 55% de suas vendas no Brasil já vêm de vendedores locais e que 75% dos itens vendidos por terceiros na plataforma são produzidos no país. A meta da empresa é chegar a 85% de vendas nacionais até 2026.
A Shopee também aderiu a essa estratégia, declarando que 90% das suas vendas já são feitas por lojistas brasileiros.
Aumento da Arrecadação
A nova taxação gerou um aumento significativo na arrecadação do governo. Em 2024, o imposto de importação sobre remessas internacionais atingiu R$ 2,8 bilhões, um crescimento de 40,7% em relação ao ano anterior.
No entanto, o setor varejista ainda defende que a tributação sobre produtos importados continua sendo inferior à carga tributária dos produtos nacionais. Com o aumento do ICMS para 20% em abril, a discrepância pode diminuir, mas especialistas avaliam que a importação ainda segue vantajosa em alguns segmentos.
O que esperar para o futuro?
Com as novas regras tributárias e a resposta das plataformas internacionais, o mercado brasileiro de e-commerce segue em transformação. A concorrência entre varejo nacional e estrangeiro continuará acirrada, enquanto consumidores buscarão novas formas de equilibrar preço e conveniência na hora da compra.
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